sexta-feira, 3 de julho de 2009

Distância é sinônimo de idealização

É só o amor, é só o amor, que conhece o que é verdade. (Legião Urbana; Monte Castelo)
Pense em como é interessante essa história de amor à distância. Tem muito mais chances de dar certo quando a distância é a do caso "moramos em diferentes cidades" do que a do "moramos na mesma cidade" e a do "tenho medo de assumir minha bissexualidade". O amor distante das cidades é esse: idealizado. Você simplesmente imagina a pessoa amada, o tempo todo. E ainda deve ser supostamente amada. Posso ser uma devota fervorosa e ultrarromântica do amor, mas ainda acho impossível amar alguém que 1) você não conhece pessoalmente ou 2) você conhece a pouco tempo. Vejam bem, eu falei "amar" e não "se apaixonar". A paixão é algo que acontece o tempo todo, é algo espontâneo. Talvez até dê para se apaixonar virtualmente por alguém. É aquela coisa de "eu sinto algo diferente quando falo com você", mas amar? Amar alguém que você não conhece é pura e simplesmente sonhar. Você conhece o "eu virtual" da pessoa. Não o "eu eu", o "eu carne", o "eu errante". O "eu virtual" pensa antes de falar (na maioria das vezes). O "eu virtual" pode te excluir do msn e do orkut se ficar cansado de você. Mas o "eu real", não pode. O "eu real" vai continuar existindo na sua vida e você na dele, mesmo que não queiram isso. O "eu virtual" deixa marcas, sim. Mas o "eu real" deixa cicatrizes. Sobre o caso do "apaixonei-me pelo amigo do amigo", a culpa é dos dois. Ou de um deles. Quando um não quer, dois não podem. Além do mais, vão reclamar de que "aquele lá foi covarde, não quis um relacionamento", mas alguém lembra que a garota saía declamando seu amor aos quatro ventos, quando na verdade, só estava empolgada? Poderia ter ido para frente, de fato. Mas não foi. O que restam são arrependimentos - ou não. E sobre o garoto bissexual... Nem acho que seja este o maior problema. Só acho que ele não está pronto para se "amarrar". Para amar de verdade. Porque, bem, ele é jovem e tem é mesmo que curtir a vida do jeito que quiser, não é? Tem jovens que viram freiras. Outras, prostitutas. É tudo uma questão de como você quer curtir a vida. O amor a distância existe sim, e tem um nome próprio: idealização. Assassinado por Lagartixa

2 comentários:

Anônimo disse...

Na realidade eu acho que depende mais do quanto você é sincero com a pessoa e do quanto a pessoa é sincera com você do que com o fato de ser virtual ou não. Posso conhecer alguém pessoalmente há anos e descobrir que essa pessoa não era nada do que ela demonstrava que era e ter um único amigo virtual que seja totalmente sincero comigo, sobre quem eu conheça as fraquezas, os defeitos e mesmo assim goste da pessoa como ela é. Não depende apenas de ter a pessoa fisicamente ao meu lado, de nada adianta poder tocar alguém se na realidade ela não é nada do que parecia. Quero dizer, não é apenas pelo olhar que sabemos se a pessoa é verdadeira ou não, pessoas sensiveis conseguem ver muito além disso. E acredito que alguém que é amado virtualmente deveria se sentir lisongeada (isto é, se realmente foi honesta o tempo todo). Lisongeada por saber que quem o ama enxerga muito além do físico, enxerga sua personalidade, e gosta de você exatamente como você é. Qualquer forma de amor é válida, idealizada ou não, amor é amor, no mais puro sentido da palavra. Não cabe a mim ou a qualquer pessoa julgar a intensidade do sentimento de ninguém.

Anônimo disse...

Mas foi um post interessante, como os outros, gostei do blog. ^^